quarta-feira, 7 de abril de 2010

EM SORTELHA: TURISMO SIM, EÓLICAS NÃO

Tudo tem um preço.

Vivemos numa sociedade de interesses, de tendências e as nossas vidas são completamente dominadas pelas grandes empresas do mercado livre e capitalista não democrático. As multinacionais têm como finalidade o ganhar, ganhar cada vez mais. Em Portugal assistimos a esta corrida desenfriada aos Parques Eólicos. Todos os dias é terminada a montagem de mais uma Torre Eólica num dos muitos parques e sub-parques que foram aprovados como PIIP ( Programa de Investimentos em Infra-Estruturas Prioritárias).

Alguém já percorreu o concelho do Sabugal? As torres estão por todo o lado, por montes e serras desta nossa região. A Câmara aprova porque vai receber dinheiro, as Juntas também receberão a sua parte e os proprietários dos terrenos onde são implantadas as torres eólicas também recebem uma renda pelo menos durante 20 anos. Ora, então todos saiem a ganhar, não é? Pois, o ganhar não é mal nenhum, até faz jeito a muita gente. O que muitos destes proprietários não sabem e ninguém dos interessados(Governo, grupos de empresas detentoras de licenças, câmaras municipais,juntas de feguesia) lhes revela é o dinheirão que estão a ganhar com este negócio. Agora andam todos bem e animados. Deixem que acabem os fundos da UE e vamos ver quantos parques eólicos têm capacidade para se manterem em pleno e perfeito funcionamento.

E será que para o Sabugal, para as pessoas desta região, tantos parques e alguns, como o que querem construir junto a Sortelha, uma aldeia Histórica, com um filão no turismo por explorar, muito mais importante que as torres eólicas, era apostar e desenvolver os ofícios tradicionais, nomeadamente a tapeçaria, a cestaria, a gastronomia que são sem dúvida a grande energia alternativa para revitalizar e fixar as pessoas em Sortelha. Não é com o dinheiro da “renda” de cada eólica que as pessoas vão viver uma vida digna e despreocupada.

Vale a pena pensar no futuro e criar verdadeiras fontes de riqueza.

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