Foi com estas palavras angustiantes e premonitórias que um dia um amigo me anunciou que ia partir desta terra maravilhosa.
Se ouvisse estas palavras numa época em que vivia fora do Sabugal, teria achado esta frase exagero de alguém desiludido com a vida, contudo como sei do que falava senti o drama que lhe ia no coração.
Jamais pensava que fosse um sentimento comum a muitas outras pessoas e a agora a mim próprio.
É difícil de perceber para quem está fora o drama que se passa no Sabugal.
Pessoas que vêm ou estão no Sabugal e que tentam contribuir com algo de positivo sendo ou não naturais destas terras, são obrigadas a partir por aqueles que pretendendo servir-se do Sabugal em proveito próprio as escorraçam.
O Sabugal é um concelho riquíssimo em património histórico, por incúria, ignorância ou outros factores obscuros, assiste-se a uma completa e irreversível destruição. Não apenas o património histórico tem sido destruído, o património humano tem sido também esmagado e obrigado a partir.
Esta destruição, acontece sistematicamente às mãos de algumas pessoas que têm uma perspectiva miupe do desenvolvimento, ou que, pretendem servir os seus interesses no imediato comprometendo o futuro de todos.
Sendo um concelho a sofrer de forte desertificação, não seria de esperar uma atitude hostil para com os que decidem contrariar esta tendência, contudo é assim que acontece.
Como dizia no blog Capeia Arraiana na Sexta-feira, 16 Outubro, 2009, no meu post que pode ser consultado neste link http://capeiaarraiana.wordpress.com/2009/10/16/o-rei-vai-nu/ de forma premonitória, resta-nos abandonar a terra onde deveríamos ser felizes.
Adivinhava eu na altura o que hoje se verifica ser a realidade, e os que na altura discordavam do que dizia, hoje sofrem da mesma cegueira auto-infligida dando suporte aos que destroem esta terra.
Como dizia o meu amigo “Amo o Sabugal mas o Sabugal não me ama..”
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