quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

OS LUCROS DO CAMPANÁRIO DE SORTELHA


   Será que já não há volta a dar? A Aldeia Histórica de Sortelha continua a ser  invadida e está a ficar cercada por aerogeradores montados no topo de altas torres metálicas. Os promotores e a Câmara apenas argumentaram e nada debateram ficando-se com a justificação de que tudo estava legal e que os distanciamentos das muralhas cumpriam a lei. 
   A verdade, é que a paisagem ao redor das muralhas medievais foi conspurcada e destruída por homens que têm como objectivo ganhar dinheiro. Queiramos ou não acreditar, o Castelo e a muralha da Aldeia Histórica de Sortelha, tal como os conhecíamos, acabou e resta guardar as fotografias e filmes para memória. A destruição continua e parece que nem a "Cabeça da Velha" escapa. 
   Estes parques e sub-parques eólicos são investimentos privados. E todos sabemos que o lucro é a razão principal destes investidores. A empresa "Eólicas do Campanário, S.A." é a titular do alvará e a obra tem o seu fim previsto para início do mês de Abril de 2012. O concelho do Sabugal necessita de investidores e de gente empreendedora. Todos concordam com a urgente necessidade de atrair investimentos para esta região. O que eu não compreendo é que pessoas conhecedoras do valor e da importância histórica e patrimonial da Aldeia Histórica de Sortelha, tendo exercido funções políticas nesta aldeia e que por ela tenha lutado, aceite propostas e contribua para a sua destruição. Realmente o dinheiro dá mesmo a volta às cabeças de muita gente...e esquecem dos valores por que andaram a lutar anos seguidos. Que benefícios vai retirar a Aldeia Histórica de Sortelha dos parques eólicos? Será que os lucros de uns quantos compensam aquilo que se destrói?
O futuro irá esclarecer o que a Aldeia Histórica de Sortelha perdeu para sempre.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

PRÓS E CONTRAS DAS ENERGIAS RENOVÁVEIS

O jornalista Bruno Amorim assinou esta semana no "JN Negócios" um trabalho sobre as energias renováveis. Fiquei a conhecer estas siglas:
CIEG: Custos de Interesse Económico Geral.
PRE: Produção em Regime Especial de energias renováveis e cogeração.
CAE: Contratos de Aquisição de Energia.
CMEC: Custos para a Manutenção do Equilíbrio Contratual.
ERSE: Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos.

"EÓLICAS e outras energias renováveis começam a ter impacto na factura eléctrica, dado que até 2015 deverá ser uma solução mais cara do que a energia gerada através de combustíveis fósseis".

As energias renováveis estão a criar polémica. E Bruno Amorim escreve:
"No centro da polémica estão os CIEG, conhecidos como custos de decisão política, que afectam o preço da luz. Em 2010, os CIEG pesaram 42% nas facturas da luz, bem acima dos custos de produção (31%) e o uso de redes de distribuição ( 27%).

   Nestes custos de políticas de energética, incluem-se, entre outros, o  sobrecusto da Produção em Regime Especial (PRE), rendas pagas aos municípios e os Contratos de Aquisição de Energia(CAE) e os Custos para Manutenção do Equilíbrio Contratual ( CMEC ), os dois últimos relativos à produção termoeléctrica, através do carvão e gás natural.
   Este ano, os CIEG vão ascender a 2,5 mil milhões de euros ( o dobro face a 2008), sendo que o peso da tarifa da luz subirá de 42% para 44%. E uma grande fatia do bolo deve-se ao sobrecusto da PRE, superior a 1,2 mil milhões de euros.
    
PARADOXOS
Empresas pagam menos-Os custos de interesse geral CIG) têm um maior peso na factura dos clientes domésticos do que na das empresas. Em 2011, os CIEG representarão 44% da factura da luz dos clientes particulares, enquanto que estes custos extra valem menos de 30% do preço da electricidade paga pelas empresas.
  
A DECO, Associação de Defesa dos Consumidores, critica a situação. Lançou uma petição que reuniu 170 mil assinaturas "a alertar os consumidores para aquilo que pagam nas facturas de electricidade e sensibilizou o Governo para a necessidade de introduzir medidas adequadas a uma formação justa dos preços".
A DECO diz que "é necessário reavaliar a política de financiamento das renováveis e concluir se este incentivo, pago exclusivamente pelos consumidores domésticos, faz sentido".

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

OBJECTIVAS DESFOCADAS DA REALIDADE

Aldeia de Sortelha ( foto de João Mesquita, arquitecto )

Uma centena de pessoas participaram, no passado dia 30 de Janeiro,numa caminhada pela aldeia histórica de Sortelha.É já a 42ª Caminhada Pelo Interior que a Câmara do Sabugal em conjunto com as Juntas de Freguesia, leva avante. Ernesto Cunha, vereador da Câmara Municipal do Sabugal, Fernanda Esteves actual Presidente da Junta de Freguesia de Sortelha, Jornal Cinco Quinas e LocalVisão(Guarda) focalizaram as suas objectivas e as suas palavras só nas paisagens,  lugares  e  caminhos que não foram vítimas do novo arvoredo que inundou a área envolvente à aldeia de Sortelha, quero dizer, as Torres eólicas. Será que a Câmara abandonou a ideia de criar percursos temáticos pelos caminhos dos inúmeros Parques Eólicos que vão sendo erguidos no concelho ou não gosta de mostrar as obras que licencia?