domingo, 19 de dezembro de 2010

LÁ FORA FAZ FRIO


«A democracia transformou-se num jogo de interesses em que os partidos ( apesar de serem indispensáveis numa democracia) sofrem de uma doença grave ( clientelismo ) mas que tem tratamento, e em que os médicos somos nós, os eleitores.
   Explico melhor a minha ideia:
1.       Um desonesto que queira governar-se filia-se num partido com o “cheiro” de progredir nem que seja como “lambe-botas” do “chefe”. Aí, na sua terra, você deve conhecer muitos deste grupo, que assim ganham a vida, normalmente em departamentos de qualquer Ministério; são uma espécie de “boys” em miniatura, que quando crescerem vão para Administradores da Galp, da Edp, da Mota-Engil, do Metro, da P.T.,etc..
2.       Um desempregado que não consiga emprego, mas tenha habilidade na língua, filia-se num partido, “lambe” as botas ao “chefe”, e assim conquista emprego para si e para os familiares. Mas se a sorte não o estiver a ajudar muda de partido ( por exemplo o bondoso Sócrates mudou do PSD para o PS., mas há casos inversos).
3.       Um advogado que queira alargar o seu leque de influências, estar próximo do poder e daí extrair lucros fabulosos ( por exemplo a vender a elaboração de leis ao governo através da sua sociedade de advogados ) inscreve-se num partido. Exemplos não dou porque é o que mais há, bastando ter os olhos abertos.
4.       Um empresário que queira dominar o mercado da sua actividade sabe que precisa de pôr travão a que a Assembleia da República elabore leis que o estorvem  de fazer o que quer. E, pelo contrário, precisa de garantir que ali sejam aprovadas leis que o favoreçam. Por isso, o empresário ( ou o seu advogado ) lá está no partido; exemplos também não faltam, é só puxar pela cabeça…
5.       Um tipo vaidoso que tem desejos de protagonismo mas não passa de um cidadão desconhecido, inscreve-se num partido; exemplos também não faltam, tanto ao nível de autarcas, como de deputados, ministros e presidentes da república.
6.       Um tipo muito honrado e altruísta que queira sacrificar-se pelo bem de todos, não se mete num partido, porque aí só tem hipóteses de fazer o que lhe permitem os mafiosos do partido, que já lá estão instalados e em maioria, porque são provenientes dos grupos 1,2,3,4 e 5.

Analise muito bem e seja honesto consigo próprio: a maior parte dos militantes partidários que você conhece são oriundos dos grupos 1,2,3,4 e 5. Eles, tal e qual como os melhores vigaristas, não trazem um rótulo na testa dizendo aquilo que o são, e treta não lhes falta, e por isso enganam. Os exemplos do grupo 6 são raros.
 Verifique quem são os tipos mais destacados dos partidos: são senhores engenheiros e senhores doutores ( nem que sejam por Universidades rascas, com cadeiras feitas ao Domingo ) que ao longo dos últimos anos se fartaram de se auto-elogiarem. Nos debates televisivos e nas entrevistas dizem sempre bem das suas próprias políticas, e o actual primeiro-ministro até tem sonhos cor de rosa…No entanto, arrastaram o País para a miséria; contudo esses engenheiros e doutores não estão na miséria, antes pelo contrário…
Dizia eu que é uma doença curável. Como é que é curável? É que se trata de uma doença que só se alimenta dos nossos votos; portanto, se lhe cortarmos os alimentos, que são os votos, mata-se a doença».
Autor: Alguém que escreveu estas palavras em duas folhas de papel e que por esquecimento ou talvez não, as deixou em cima de uma cadeira de uma sala de espera de um estabelecimento público. Li e aqui estão para quem quiser ler e reflectir.

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